segunda-feira, 16 de novembro de 2009

CUIDADOS COM O GATO IDOSO



Prepare-se para enfrentar a velhice do seu gato.
Os anos passam muito mais rápido para os gatos. Levando-se em conta que a vida média desses animais é de 12 anos, podemos dizer que aos 7 ou 8 anos eles começam a envelhecer. Existem animais que podem viver muito mais do que a média. Alguns gatos chegam aos 18 ou 20 anos. Nesses casos, existem 2 fatores envolvidos que justificam essa longevidade: predisposição do organismo e os cuidados que ele receberá quando começar a envelhecer.
O dono deve ficar atento e conhecer as doenças que podem acometer seu animal a partir de 7 ou 8 anos de idade. Com isso, ele poderá preveni-las ou diagnosticá-las a tempo do animal receber o tratamento adequado. Isso prolongará a vida de muitos gatos, certamente.

1. Calcificações nas vértebras da coluna ("bico de papagaio") ou hérnia de disco:
É muito comum em gatos idosos e obesos. O animal pode começar a mancar e tem dificuldade de pular ou subir em locais mais altos, como um sofá. Quando palpado na região da coluna, ele sente dor. O quadro pode progredir, e o animal passa a ter incoordenação nos membros (cruza as pernas traseiras ao andar), não consegue mais se levantar, urina e defeca em qualquer lugar (incontinência).
Como tratar: está ocorrendo compressão dos nervos e inflamação na região da coluna afetada pela hérnia ou calcificação. O gato deve repousar e ser medicado pelo veterinário com antiinflamatórios e analgésicos. O gato que apresentar sinais graves, como paralisia, deve ser submetido a exames de raio-X e mielografia para avaliar o grau da lesão. O animal não deve tomar banho ou ser exposto a temperaturas frias durante o tratamento ou quando tiver crises de dor. Em alguns casos o tratamento é cirúrgico.


2. Doenças do coração:
Muitos gatos idosos podem apresentar alterações cardíacas. Alguns animais compensam essas disfunções e vivem bem, sem sinais clínicos. Outros apresentam sinais claros de cardiopatia, mas o dono não sabe reconhecer. Cansaço além do normal, tosse que pode ser confundida com um engasgo após exercícios, ofegação e língua arroxeada após uma situação de excitação, são sinais de um gato cardiopata. O animal deve ser examinado pelo veterinário, que indicará um eletrocardiograma e/ou um ecocardiograma para avaliar o animal.
Como tratar: é importante que o proprietário esteja atento para que o animal seja medicado no início da doença. Mesmo não apresentando sinais clínicos, o animal idoso deve ser examinado pelo veterinário anualmente. Constatada a cardiopatia, o animal será medicado e os sinais deverão desaparecer. Gatos cardiopatas não devem ter peso acima do normal (obesidade). Ver cardiologia

3. Insuficiência renal crônica
Quando o rim perde a sua capacidade de selecionar o que é bom ou mal para o organismo e não consegue mais reter a água, temos um quadro de insuficiência renal crônica. Os sinais são emagrecimento, ingestão exagerada de água, urina em grandes quantidades, perda de apetite, vômitos e anemia.
Como tratar: na verdade, a insuficiência renal crônica é um quadro que leva o animal à morte, pois o rim, que é o filtro do organismo, não funciona mais. Ele deixa passar substância importantes como vitaminas, e retém toxinas que deveria eliminar. Porém, diagnosticada a tempo, o animal pode ter uma sobrevida com uma mudança alimentar e complementos vitamínicos. A hemodiálise é feita em alguns países. 


4. Piometra:
Gatas idosas, não castradas, que apresentem sinais de perda de apetite, vômitos, aumento súbito do volume do abdômen, corrimento vaginal intenso e apatia, devem ser encaminhadas ao veterinário imediatamente. A piometra é uma infecção uterina comum em animais de meia idade e idosos. O útero se enche de secreção purulenta, e o animal se intoxica pela absorção desse pus pelo organismo.
Como tratar: O único tratamento eficaz na maioria dos casos é a cirurgia com retirada do útero e ovários e antibioticoterapia. Ver piometra

5. Tumores:
Nem todo o tumor é um câncer. Todo nódulo que aparece em um gato, idoso ou não, deve ser avaliado pelo veterinário. O diagnóstico precoce pode salvar ou prolongar a vida de um animal com câncer.
Como tratar: pode se recorrer à remoção cirúrgica e/ou quimioterapia. A radioterapia em gatos é realizada em alguns países. Ver oncologia

6. Perda dos dentes:
É algo que o dono pode e deve prevenir. O gato perde os dentes, normalmente, pelo acúmulo de tártaro. Os animais devem ser avaliados anualmente desde jovens, e a prevenção e/ou remoção do tártaro (quando necessário) devem ser feitos. Quando o dono percebe que a boca do gato cheira mal ou os dentes estão muito amarelados, é hora de visitar o veterinário. O ideal é prevenir. Muitas vezes, quando é feita a limpeza de tártaro, diversos dentes já poderão estão perdidos. Alimentar o animal com ração seca pode ajudar a prevenir o tártaro, além de outras medidas. Ver odontologia


Na velhice dos gatos, além das doenças próprias, há mudanças que importa salientar. Contra a perda de massa muscular, convém estimulá-los com brincadeiras suaves e curtas. Situações de stresse, como mudanças na rotina, são muito prejudiciais porque enfraquecem o sistema imunitário e aceleram o envelhecimento. De extrema importância é a alimentação: de qualidade, equilibrada e de acordo com a idade, vale ressaltar que existem ração para gatos mais velhos (rações sênior). Dê preferência a elas para animais acima de 7 anos. O apetite do gato pode diminuir com a idade, uma vez que os problemas na cavidade bucal são frequentes (gengivites, úlceras, tumores) juntamente com uma diminuição das capacidades digestivas. É fundamental vigiar a qualidade e quantidade dos alimentos administrados aos gatos com mais de 10 anos. O gato idoso tem também tendência a beber menos e a desidratar rapidamente. Como tal, é necessário ter em atenção o fornecimento e consumo de água.

O gato idoso tende a negligenciar o pêlo. Assim é importante que, com muito jeitinho, se ‘dê uma mão’. O desgaste das unhas é, às vezes, igualmente ineficiente, originando o seu crescimento excessivo.

A diminuição da audição e visão podem levar a comportamentos receosos e, consequentemente, agressivos. Faça-se ouvir e ver bem para evitar ‘sustos’.

Como os humanos, também têm alterações de humor quando envelhecem, o que se traduz em maior irritabilidade, ciúmes de outros animais ou crianças e alguma dificuldade em deixar que lhe toquem.

 
Um cuidado especial é deixar nosso gato velhinho dentro de casa, evitando que ele apanhe de outros gatos ou se envolva em algum acidente.
Saiba que o gato, por sua natureza, é especialista em disfarçar dores e dificuldades. Por isso a partir dos 12 anos é aconselhável que o ambiente em que o gato vive tenha aconchego e facilidade de acesso.


Sempre que for arrastar os móveis, produzir algum barulho ou confusão, mantenha o gato longe, num canto mais calmo, com tudo que ele usa: comida, água e sua caixinha de areia.
Só o solte quando estiver tudo em ordem. Trazer um gatinho novo quando o gato de casa está mais velho pode não ser uma boa idéia. As mudanças causadas pela chegada da “novidade” podem prejudicar o bem-estar do idoso.



Para prever o futuro de um gato, é importante olhar sua árvore genealógica, a característica de longevidade ou predisposição a doenças pode vir de família.Dependendo da raça do gato existem diferenças anatômicas e fisiológicas que influenciam na velhice e devem ser investigadas. É muito importante diferenciar os sinais da idade com manifestações de doença que pode ser tratada pelo médico veterinário antes de sua progressão.

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